Tuesday, May 23, 2006

MV Bill e discussão sobre Falcões e Tráfico chegam a Santa Catarina.





CONVIDADO:

Alex Pereira Barboza, o MV BIll, é hoje o rapper mais famoso do Brasil, engajado politica e ideologicamente. Nascido e criado na comunidade da Cidade de Deus, no Rio de Janeiro - onde reside até hoje - é co-autor do livro "Cabela de Porco", uma parceria que deu certo entre seu produtor, Celso Athayde e sociólogo Luiz Eduardo Soares, ele que também que juntamente com Bill produziu e dirigiu os filmes, "Falcão, meninos do tráfico" & "Falcão - O bagulho é doido", longa metragem que deve ser lançado dia 12 de outubro pela Columbia Pictures. MV Bill recebeu a medalha da UNICEF, o título de "Cidadão do Mundo", conferido pelas Nações Unidas, o titulo de Cidadão Benemérito do Rio de Janeiro e os prêmios Orilaxé e MTV.

Sobre sua experiência na infãncia dentro da favela ele diz que..."O fato de morar na cidade de deus , ser nascido e criado lá, fez cm que eu enxergue as coisas diferentes. Não consigo ver como bandido quem brincou comigo, quando era criança. Todos os meus amigos de infência estão mortos. OS que estão vivos são cadáveres ambulantes.
Tive uma infância padrão para quem nasce na comunidade. Na favela tem o que chamo de sonhos adiados.

Descobri que o tráfico de forma trágica, dá respeito e visibilidade. Andar com uma arma na favela impõe respeito. Todo mundo quer ser visível. Encontrei a música, mas ela não é o único caminho. Estes meninos, retratados no documentário, não são caso de polícia, são sim casos de justiça. É o caso de educação, cultura , oportunidade, igualdade.
Nas viagens dos shows tive a sensação de que havia mais de dois brasis. E nós estavamos lidando com os mais descuidados . A realidade do RJ, é compartilhada no Brasil inteiro. Esse projeto é a oportunidade de mostrar a vida sendo banalizada. Vimos em todas as cidades os meninos encontrando no tráfico de drogas o caminho para sobreviver. Se eu fosse um general, de uma grande exército, faria uma grande invasão nas favelas do Brasil. Mas não da forma tradicional.
Eu invadiria com as armas da saúde, da educação, da cultura, do conhecimento, da oportunidade, da visibilidade, do desenvolvimento. Estas são as melhores armas para combater a violência".